quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MADRUGADA



MADRUGADA

lílian maial




Do tudo que me vem em agonia,

resta um traço de lápis preto borrado

e um cheiro ácido no hálito de solidão.



No breu da sede de carne,

a mesma boca seca a soletrar desculpas.



Por trás do sorriso não rasgado,

o mesmo gosto de tapete e corrimão.



De nada adianta o consolo do abraço

e o remendo das palavras vãs,

se ambos sabemos

que somos sementes da insônia.



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