quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MADRUGADA



MADRUGADA

lílian maial




Do tudo que me vem em agonia,

resta um traço de lápis preto borrado

e um cheiro ácido no hálito de solidão.



No breu da sede de carne,

a mesma boca seca a soletrar desculpas.



Por trás do sorriso não rasgado,

o mesmo gosto de tapete e corrimão.



De nada adianta o consolo do abraço

e o remendo das palavras vãs,

se ambos sabemos

que somos sementes da insônia.



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terça-feira, 18 de setembro de 2012

SONETO DO AMOR IMENSURÁVEL

®Lílian Maial







O meu amor é tanto e sem medida!

...É fé, é sentimento, é dor e é riso.

É pérola na ostra, um sol narciso,

Brilhante e ensimesmado suicida.



O teu amor não quis me dar guarida.

Esquece que a paixão não manda aviso,

Que os olhos não têm pressa e nem juízo,

E o coração não sabe a despedida.



As linhas que se perdem no meu rosto,

São marcas de alegria e de desgosto,

Que o tempo se encarrega de fincar.



Não há régua no mundo que, hoje, meça,

Nem bom conselho a esta altura impeça,

Que o meu amor não pare de te amar.





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